O Profissional do Século XXI
Faculdade Metropolitana da Amazônia discute Empreendedorismo e Sustentabilidade em Semana Acadêmica
Com o tema “Empreendedorismo, Profissionalização e Desenvolvimento Sustentável”, a I Semana Acadêmica Integrada da Faculdade Metropolitana da Amazônia (Famaz) levanta questões essenciais para a formação dos estudantes. Entre os assuntos do primeiro dia, figuraram o “Empreendedorismo e o Profissional do Século XXI” e o “Desenvolvimento Sustentável e Economia Verde”. O Cerca de 200 estudantes participaram do evento que tem, como um dos objetivos, aproximar os cursos de Administração, Ciências Contábeis e Gestão Hospitalar.
O consultor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-Pa), Roberto Bellucci, apresentou as regras gerais do empreendedor. “Primeiro, a pessoa precisa se conhecer, saber as suas potencialidades. Depois estudar o mercado e encaixar essas potencialidades dentro de alguma oportunidade. Sem isso, o negócio engrossa as estatísticas ruins do tempo de vida das micro e pequenas empresas”, contou o Bellucci.
Dados do Sebrae mostram que 99,1% das empresas brasileiras são de pequeno e médio porte. Isso representa um universo de 6 milhões de empresas. Já o mercado informal é quase o dobro desde número, com 10,3 milhões em todo o país. Sendo que desse total, 55% dos empreendimentos são iniciativas de jovens entre 18 e 34 anos.
“. E quem inova no mercado são as micro e pequenas empresas, porque as grandes demoram muito para elaborar e colocar em prática todos os processos produtivos e de marketing necessários”, afirmou o consultor.
O problema, ainda segundo Bellucci, é que os novos empresários tem dificuldades em manter um comportamento empreendedor, dificilmente planejam e não sabem gerir o próprio negócio. “Por isso tantas empresas quebram no primeiro ano (27%) e a maioria não chega ao quinto ano de vida (56%)”, comenta.
O estudante do último semestre do curso de Gestão Hospitalar, Marlon Corrêa, já percebeu a importância do empreendedorismo. “Ter o pensamento empreendedor facilita a tomada de decisões e ter uma visão mais clara do mercado”, afirma o estudante.
SUSTENTABILIDADE
Em outra perspectiva, o economista Mário Amin apresentou a Nova Onda: a economia verde. Chama-se de onda os grandes ciclos econômicos que mudam a história da humanidade, como as fases da Revolução Industrial que modificaram e reinventaram o mundo em apenas dois séculos. A economia verde é a 6ª Onda. Ela está baseada na utilização da tecnologia para explorar os recursos naturais finitos, respeitando os limites do planeta.
“Isso não é novo. A diferença é que agora estamos sentindo os efeitos da degradação ambiental. É preciso embutir os custos e as oportunidades de mercado que a economia verde pode gerar”, ressaltou o professor.
Daí, surgem às novas tendências de mercado. Os profissionais precisam estar atentos ao movimento que países hegemônicos, como a China e os Estados Unidos, operam na direção da tecnologia e do meio ambiente. “As mudanças climáticas já impuseram as suas sanções. Os Estados Unidos já estão sofrendo para produzir alimentos, por conta da desertificação e da escassez de água”, disse o Amin.
Durante a palestra, o professor citou algumas áreas como as mais propensas à expansão: a agricultura orgânica, criação de produtos e construções bioeficientes e investimento em novas fontes de energia, não poluentes e sustentáveis.
Questões ambientais ditarão os rumos dos novos profissionais
Durante a I Semana Acadêmica Integrada da Faculdade Metropolitana da Amazônia (Famaz), a temática ambiental mostra-se cada vez mais oportuna para o mercado de trabalho. O setor pesqueiro foi o enfoque do 2º dia, com o professor e Secretário Adjunto da Secretaria de Estado de Pesca e Aquicultura (Sepaq), Constantino Pedro de Alcântara Neto, que apresentou um pouco das potencialidades, demandas e desafios do setor aos futuros profissionais.
“Precisamos perceber as potencialidades da nossa região e investir nelas”, ressaltou o professor. No Pará, cerca de 1 milhão de pessoas estão envolvidos diretamente com o mercado de peixes e ainda tem espaço para mais gente. Na área, ainda há espaço para mais gestores, administradores, contadores, profissionais de saúde e etc. Para se ter uma ideia da potencialidade produtiva, em apenas um hectare é possível produzir cerca de três toneladas de peixe. Na pecuária, com esse mesmo espaço, normalmente se produz um ou dois bois, no máximo.
Márcio Rodrigues, do curso de Ciências Contábeis, considera a iniciativa de mostrar o setor como mais uma oportunidade. “É muito interessante conhecer um mercado tão nosso, tão regional. Agora, vou olhar esse setor com muito mais atenção”, comenta.
Após a palestra do professor Constantino, foram exibidos dois filmes do acervo do Museu da Imagem e do Som. Segundo a coordenadora dos cursos de Gestão Hospitalar e Administração, Rosa Ibiapina, os filmes mostram um olhar diferenciado da cidade.