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VISÃO ESTRATÉGICA

A FAMAZ é uma instituição de educação superior situada numa cidade metropolitana de mais de dois milhões de habitantes, Belém; em um Estado – o Pará – com população de mais de sete milhões de habitantes (a maior do Norte do país) e a maior participação percentual no PIB total regional (mais de 30%); e numa região, a amazônica, que ocupa cerca de 60% de todo o território nacional, fazendo fronteira com 8 países da América do Sul.

Este contexto sócio/econômico/geográfico, com suas especificidades históricas, culturais, sociais e ambientais, delineia o quadro macrossociológico de inserção institucional e condiciona as opções e estratégias de atuação acadêmica, que devem estar voltadas para as necessidades locais e dar a sua contribuição à formação de quadros profissionais preparados para os enfrentamentos do processo de desenvolvimento regional, com seus desafios inerentes.

Vale destacar que a região amazônica, embora represente 14% da população do país, contribui, tão-somente, com 8% do PIB nacional, demonstrando, assim – por evidente desproporção –, ainda carecer, dentre outros requisitos, de uma maior densidade de pessoal qualificado em todas as áreas do conhecimento, em número e qualidade suficientes para a diversificação e sustentação de empreendimentos inovadores e serviços de qualidade, fundamentos inequívocos e prioritários da complexa cadeia de fatores que alimentam qualquer esforço desenvolvimentista, em qualquer parte do mundo. E este raciocínio é válido tanto em nível local (a cidade de Belém), regional (a Região Metropolitana de Belém) e estadual (o Estado do Pará), quanto em escala mais ampla – todo o Norte do país (PDI – FAMAZ).

A Amazônia, com a diversidade e a riqueza de seus recursos naturais – sejam eles minerais, hídricos, agrícolas, florestais, biodiversidade, flora e fauna, potencial turístico, etc. –, exige um modelo de desenvolvimento que esteja calcado no uso inteligente e racional de todo esse potencial, com maior sensibilidade e compromisso diante da sustentabilidade das ações e operações selecionadas – finalmente estabelecida a correção das opções historicamente até aqui adotadas, via de regra predatórias e insuficientes.

Neste prisma, inadiáveis são os investimentos destinados à qualificação da mão de obra e às lideranças políticas e profissionais, com alteração do paradigma da estrutura produtiva regional, aqui envolvida a sua diversificação, verticalização e adensamento das cadeias geradoras de produtos inovadores, emprego e renda.

No contexto da “sociedade do conhecimento”, em que o domínio do saber é o fundamento último de todo processo de desenvolvimento econômico e social, nenhum país ou região poderá mais controlar ou influir naquilo que não tem competência para produzir.

Educação superior de qualidade, portanto, neste horizonte – e, no caso da Amazônia, com particular sensibilidade aos investimentos nas áreas de conhecimento de maior demanda regional (com adaptação dos diversos projetos pedagógicos e campos de especialização ao ambiente de inserção) – representa um dos grandes desafios do milênio (se não o maior). Por isso, deve merecer, por todas as razões expostas, atenção prioritária da sociedade civil e dos governantes, não se poupando iniciativas que se somem na ampla cadeia de cooperação que terá de se consolidar, com urgência, em âmbito regional, nos próximos anos (PDI – FAMAZ).

Inserção Regional – Cenário de Atuação

O Instituto Euro-Americano de Educação, Ciência e Tecnologia, por intermédio da FAMAZ, fez uma opção de atuação na região amazônica, diversificando, assim, seus tradicionais vínculos com a capital federal. Trata-se de uma decisão refletida e planejada e que se insere numa visão estratégica de país. É esta visão que deverá orientar, a curto, médio e longo prazos, os passos do crescimento institucional e as prioridades dos investimentos educacionais previstos nas várias escalas temporais deste horizonte (PDI – FAMAZ).

A Amazônia é uma região habitada por mais de vinte milhões de brasileiros. Com 60% de todo o território nacional e sendo maior reserva de biodiversidade do planeta, representa um enorme desafio nacional.  Talvez o mais importante do século XXI.

Há de se considerar, seriamente, a hipótese de que parte significativa do desenvolvimento do país, no século que se inicia – portanto, o seu futuro de sucesso no quadro das nações – decorrerá da maior ou menor capacidade que tiver de exploração e aproveitamento racional do enorme patrimônio natural presente na região amazônica.

É na Amazônia que está situada uma das mais importantes províncias minerais do planeta, com diversas minas de metais ferrosos e não-ferrosos em atividade e com perspectivas de se manter produzindo por um longo tempo, com produção em escala garantida para os próximos cem anos. Possui terra abundante e propícia para o desenvolvimento da agroindústria e da pecuária

Independente de ser ou não a sua vocação natural, em função dos modelos de ocupação adotados até o momento, expandiu significativamente suas áreas destinadas às pastagens e à produção agrícola; e já é apontada como um dos principais produtores mundiais de gado nesta década que se inicia.

A floresta amazônica, a principal floresta tropical do mundo, guarda a maior reserva planetária de biodiversidade, credenciando a região como o principal laboratório natural para experimentos revolucionários no campo da biotecnologia, dos experimentos genéticos, químicos, de grande repercussão na produção futura de produtos de ponta, como os fármacos, uma das indústrias que mais crescem atualmente.

Some-se a todo esse potencial o fato de aí estar localizada a maior reserva de água doce da Terra, num contexto em que a água potável já se apresenta como um dos principais problemas da humanidade neste início de milênio. Além de tudo, graças à força das águas, a Região oferece o maior potencial de produção de energia elétrica do Brasil e de toda a América do Sul – com potencial estimado de 60 mil MW – podendo se tornar, dentro em breve, o grande fornecedor estratégico de mais da metade de toda a energia consumida no país (PDI – FAMAZ).

Apesar de toda essa riqueza disponível, a Amazônia ainda convive com uma grande contradição, a merecer a atenção das principais lideranças do país: rica por natureza, ela carece de pessoal qualificado à altura de suas potencialidades. Assim sendo, compreende-se que à ela ainda não foi agregado, na dimensão exigida, o mais importante elemento da equação do desenvolvimento: o conhecimento científico.

O desafio prioritário da Amazônia, portanto, é o desafio da educação superior de qualidade e, como sua consequência natural, aquele da geração de uma ciência competente e de ponta, comprometida com a redefinição do paradigma de desenvolvimento regional e capaz de alicerçar a projeção e as iniciativas de empreendimentos inovadores (PDI – FAMAZ).